Mas será mesmo necessária tamanha ameaça? Será que precisamos continuar alimentando a máxima: aqui se faz, aqui se paga? Ou será que já é tempo de ressignificar a imagem introjetada da severidade do criador, e com maturidade rever nossas escolhas e ações? O que continua a nos instigar viver sob o fio de uma navalha, a desafiar o que nos foi dado – a vida?

Movimentos frenéticos, ansiosos, perdidos  diante do inesperado!

O que fazer? Por onde seguir? O que acontecerá com a humanidade? Por quanto tempo este afastamento social será necessário? Tudo voltará a ser como sempre foi?

Estas são algumas das perguntas lançadas ao vento, na esperança que alguma fonte confiável acalente o desespero que assolada uma grande maioria.

A atmosfera criada no mundo pela presença da Pandemia, tem nos encaminhado a visitar o território da morte e seus desdobramentos com frequência. E se eu também morrer? Eis a pergunta que parece não calar, quando a incerteza do amanhã se apresenta. Mas no que consiste realmente não poder contar com o amanhã?

Os guerreiros foram convocados, e como soldados, ocupam a linha de frente no campo de batalha em favor da vida. As armas de fogo foram substituídas pelas mãos treinadas que recebem os corpos que travam a batalha contra a morte neste momento da Pandemia.

Acredito que neste momento já estejamos cientes dos efeitos sobre  nós do toque de recolher, da solidão, mesmo quando acompanhados estamos, do distanciamento social, do excesso de limpeza que nos retira cada gota de umidade necessária aos corpos quando próximos se encontram. Ops! Esqueci que o momento não requer a aproximação dos corpos!